Trago comigo o mar, trago comigo o mundo gasto e batido, as horas árduas e sofridas... mas também a paz.
A maresia desenhou-me as feições, o rosto marcado, os olhos vazios, os dentes cerrados.
Recebo pois a manhã intacta, alva, imaculada... de pé sobre o convés como uma estátua guerreira...
Volto sempre ao mar, regresso à minha casa que não tem fundações, que me levanta e sacode. Os meus pés não têm terra, não têm areia, os meus ouvidos não ouvem carros...
Se o meu meu corpo explodir por dentro rebenta em ondas salgadas...
