sexta-feira, maio 15, 2009
Lonely Drifter Karen
Gostaram?... e se vos disser que no próximo mês vão estar em Lisboa! no dia 4 de Junho no bar Lounge. Granda Pinta!
sexta-feira, março 20, 2009
Tim Minchin
Depois de ler o post da Sofia lembrei-me desta musica do Tim Minchin, excelente musico e humorista australiano.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
sábado, janeiro 24, 2009
Cartola
O Brasil é assim como um irmão mais novo, tem afinidades óbvias e previsíveis e ao mesmo tempo deslumbra-nos para além da nossa capacidade.
terça-feira, dezembro 30, 2008
domingo, novembro 30, 2008
Concha Buika
Numa certa altura da minha vida fui todos os anos a Granada ouvir o puro flamenco no bairro de Sacromonte. Num desses anos conheci o bar "ilegal" do Nino de Almendras, antigo cantador de flamenco, as paredes estão repletas de fotografias de grandes cantadores e canta-se ao desafio entre copos. Foi neste bar que passei uma noite memorável, tinha conhecido no dia anterior um francês tocador de flamenco que ia estar com os seus músicos no nino de almendras, e assim foi não um concerto mas uma reunião de amigos com musica e dança espontânea.
Cantou-se em marroquino, em português, em espanhol e percebia-se esta raiz comum...
No dia 16 de Dezembro vem ao CCB Concha Buika... não é preciso dizer mais nada basta ouvir e esperar que os bilhetes não esgotem..
Cantou-se em marroquino, em português, em espanhol e percebia-se esta raiz comum...
No dia 16 de Dezembro vem ao CCB Concha Buika... não é preciso dizer mais nada basta ouvir e esperar que os bilhetes não esgotem..
terça-feira, novembro 18, 2008
Trio Quintessência
Existem horas mágicas.. e foi numa destas horas que conheci o trio quintessência.. Os musicos mais virtuosos que alguma vez vi ao vivo.
O mais espantoso é que tocam tudo, o guitarrista toca flauta, bamdolim, pandeiro etc..
E não são caretas, bebem copos até de manhã e continuam a tocar... e bem!!
O mais espantoso é que tocam tudo, o guitarrista toca flauta, bamdolim, pandeiro etc..
E não são caretas, bebem copos até de manhã e continuam a tocar... e bem!!
domingo, novembro 09, 2008
Ali Farka Toure
A música de Africa sempre exerceu sobre mim o fascínio da descoberta. A simplicidade e riqueza de sons estão na origem de várias correntes musicais. Veja-se os “blues americanos” que mais não são que a adaptação da musica africana levada por escravos para as plantações de café e algodão…
segunda-feira, novembro 03, 2008
L' Oreille Cassée
Os L'Oreille Cassée são uma Big Band de jovens músicos franceses que conheci no Le Lavoir Moderne Parisien por mero acaso... e o conceito da Banda mostra todo o seu esplendor numa musica vibrante e intimista... são de facto uma Big Band.
Vale a pena conhecer a página dos loreillecasse.
Proponho a musica
sexta-feira, outubro 31, 2008
Mystery
Hugh Laurie sempre foi um actor brilhante desde os tempos de Blackadder até ao famoso Dr.House. Mas aqui fica uma outra faceta...
quarta-feira, outubro 29, 2008
Quando a alma não é pequena...( Dead Combo)
Consegue ver nos pequenos pormenores a beleza das coisas...
domingo, outubro 26, 2008
Once
Este filme foi das melhores revelações dos últimos tempos. A simplicidade das personagens e da história mostra que não é necessário muito dinheiro para se fazer um filme fabuloso. Os actores são músicos e é a musica que nos conduz...
quarta-feira, outubro 22, 2008
Renata Rosa
Renata Rosa é uma rabequista e percursionista que desbrava a verdadeira musica nordestina...
terça-feira, outubro 21, 2008
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
domingo, janeiro 21, 2007
Agradecimento...
O meu obrigado ao Pedro do ��s2x3 pela altera����o no template e demais acess��rios deste renovado blog...
Renova-se assim tamb��m a vontade de escrever...
segunda-feira, novembro 06, 2006
Savina Yannatou
Gosto bastante da sonoridade da Savina, nascida na Grécia, que visitou o nosso país à relativamente pouco tempo. Gosto especialmente do aroma de leste..
Lu purtuni
Lu purtuni
quinta-feira, novembro 02, 2006
Muntu Valdo
Ao discorrer sobre este conceito de “Musica do Mundo” aparecem frequentemente contradições. Que efeito tem este súbito boom da musica tradicional dos países em vias de desenvolvimento? Estaremos nós perante uma cultura do “exótico” em que jovens europeus de classe média enchem salas em concertos de uma qualquer banda do Senegal? Até que ponto esta comercialização homogeneíza géneros que assim perdem identidade?
Por outro lado a divulgação deste tipo de musica ganha contornos de preservação cultural, de aproximação entre povos, de entendimentos. É pois importante distinguir o trigo do joio, o genuíno e o fabricado. É factual que as produtoras independentes dos países de origem são esmagadas pelas grandes produtoras, que os autores africanos nunca vêem o pagamento dos direitos autorais. Mas olhando para além destas barreiras, persiste no horizonte uma vantagem clara na promoção e divulgação da “Musica do Mundo”. "As tradições musicais não são menos valiosas que florestas virgens, espécies em extinção ou património histórico. Elas são necessárias para preservar linguagens e culturas sob a égide da globalização".
Para além da satisfação de descobrir outras musicas, outros sons, outras vozes…
Conheci o Muntu Valdo num concerto no “ Baise Sale” em Paris. Estava a nevar nessa noite, mas ainda assim aproveitei o meu último dia para assistir a este concerto, sem no entanto saber muito bem ao que ia. Estavam 15 pessoas na sala, e o Muntu sozinho em palco. A música balançava entre os sons tradicionais dos Camarões e o Blues, e o concerto foi muito bom. Valeu a pena descobrir estas musicas. Aliás, valeu o frio, o vento dessa noite, só para poder assistir.
Muntu Valdo
Muntu Valdu nasceu nos Camarões.É um guitarrista virtuoso, fez parte de varios grupos e orquestras Universitárias no seu país, lançou o ano passado o seu primeiro album "Gods & Devils", trabalhou em 2005 com Ali Farka Touré.
Por outro lado a divulgação deste tipo de musica ganha contornos de preservação cultural, de aproximação entre povos, de entendimentos. É pois importante distinguir o trigo do joio, o genuíno e o fabricado. É factual que as produtoras independentes dos países de origem são esmagadas pelas grandes produtoras, que os autores africanos nunca vêem o pagamento dos direitos autorais. Mas olhando para além destas barreiras, persiste no horizonte uma vantagem clara na promoção e divulgação da “Musica do Mundo”. "As tradições musicais não são menos valiosas que florestas virgens, espécies em extinção ou património histórico. Elas são necessárias para preservar linguagens e culturas sob a égide da globalização".
Para além da satisfação de descobrir outras musicas, outros sons, outras vozes…
Conheci o Muntu Valdo num concerto no “ Baise Sale” em Paris. Estava a nevar nessa noite, mas ainda assim aproveitei o meu último dia para assistir a este concerto, sem no entanto saber muito bem ao que ia. Estavam 15 pessoas na sala, e o Muntu sozinho em palco. A música balançava entre os sons tradicionais dos Camarões e o Blues, e o concerto foi muito bom. Valeu a pena descobrir estas musicas. Aliás, valeu o frio, o vento dessa noite, só para poder assistir.
Muntu Valdo
Muntu Valdu nasceu nos Camarões.É um guitarrista virtuoso, fez parte de varios grupos e orquestras Universitárias no seu país, lançou o ano passado o seu primeiro album "Gods & Devils", trabalhou em 2005 com Ali Farka Touré.
segunda-feira, outubro 30, 2006
Akli D.
Inicio hoje uma série de posts sobre “Musica do Mundo”.
Na verdade toda a música é música do mundo, mas aquela que vos mostro pertence ao outro mundo, esquecido, fora dos circuitos comerciais, das grandes produtoras, da música feita e embalada segundo os padrões dos consumidores que papam tudo. A “Musica do Mundo” não é conceito novo, sempre existiu, é genuína… é musica.
Akli D. nasceu numa pequena vila de Kabylie na Argélia. Escutou os grandes da canção kabyle como Idir, Cheikh El Hasnaoui e Slimane Azem, mas estava atento à música de protesto de Bob Dylan ou Neil Young, ao movimento rasta, aos blues do Mississipi.
Chegou a Paris nos primeiros anos da década de 80, fugindo de uma Argélia marcada pela repressão armada, a “Primavera Berbere”. Seguiu o caminho de muitos músicos em Paris, o metro. As suas letras falam de racismo, de xenofobia mas também de esperança. Recentemente trabalhou com Manu Chau.
Akli D - 'C.Facile'
Na verdade toda a música é música do mundo, mas aquela que vos mostro pertence ao outro mundo, esquecido, fora dos circuitos comerciais, das grandes produtoras, da música feita e embalada segundo os padrões dos consumidores que papam tudo. A “Musica do Mundo” não é conceito novo, sempre existiu, é genuína… é musica.
Akli D. nasceu numa pequena vila de Kabylie na Argélia. Escutou os grandes da canção kabyle como Idir, Cheikh El Hasnaoui e Slimane Azem, mas estava atento à música de protesto de Bob Dylan ou Neil Young, ao movimento rasta, aos blues do Mississipi.
Chegou a Paris nos primeiros anos da década de 80, fugindo de uma Argélia marcada pela repressão armada, a “Primavera Berbere”. Seguiu o caminho de muitos músicos em Paris, o metro. As suas letras falam de racismo, de xenofobia mas também de esperança. Recentemente trabalhou com Manu Chau.
Akli D - 'C.Facile'
segunda-feira, outubro 16, 2006
Trilhos de pó..
Rasgava os trilhos de pó, na ânsia de chegar sabe-se lá onde? mais do que trilhos, de pedras, de curvas e contracurvas, desbravava o caminho da vida, nos encontros, nos olhares, nos sorrisos... É esta a pressa de chegar, conhecer-se a si mesmo ao conhecer os outros, moldar-se nesta humanidade, desafiar-se e transcender-se...
Estou à espera de quê?
sexta-feira, outubro 13, 2006
Trovante
Assim, sem saber bem como nem porquê, dou por mim num concerto dos Trovante no Campo Pequeno. As portas fecharam à uns anos atrás mas deixaram as janelas da saudade abertas. Hoje espreitei um bocadinho lá para dentro do baú das recordações.
quarta-feira, outubro 04, 2006
Diário de bordo
Era este o parapeito que me separava do resto do mundo… era também aqui que entrelaçava os pensamentos que me afastavam para longe... Agrupei-os e fiz deles uma bola, parecida com a Terra… Girei-a na mão e percebi que era pequena… toquei com os olhos no infinito e deixei uma marca na água… a mesma que chega a todos os cantos…
quinta-feira, setembro 28, 2006
Cuadro amedia luz...
Em ruelas desenhadas a fino traço de carvão marcava os passos… leves de emoção. Rasgava a calçada numa pincelada sofrida quase tanto como pintava a sua vida…
segunda-feira, maio 08, 2006
Regresso ao mar..
Sacudo os ombros, o corpo todo. Rasgo a pele de sal e mergulho na imensidão da manhã.. de pé de peito aberto recebendo o nevoeiro que me oculta a visão... adivinho as margens, as ondas, o ponto exacto onde nasce o sol...
Trago comigo o mar, trago comigo o mundo gasto e batido, as horas árduas e sofridas... mas também a paz.
A maresia desenhou-me as feições, o rosto marcado, os olhos vazios, os dentes cerrados.
Recebo pois a manhã intacta, alva, imaculada... de pé sobre o convés como uma estátua guerreira...
Volto sempre ao mar, regresso à minha casa que não tem fundações, que me levanta e sacode. Os meus pés não têm terra, não têm areia, os meus ouvidos não ouvem carros...
Se o meu meu corpo explodir por dentro rebenta em ondas salgadas...
Trago comigo o mar, trago comigo o mundo gasto e batido, as horas árduas e sofridas... mas também a paz.
A maresia desenhou-me as feições, o rosto marcado, os olhos vazios, os dentes cerrados.
Recebo pois a manhã intacta, alva, imaculada... de pé sobre o convés como uma estátua guerreira...
Volto sempre ao mar, regresso à minha casa que não tem fundações, que me levanta e sacode. Os meus pés não têm terra, não têm areia, os meus ouvidos não ouvem carros...
Se o meu meu corpo explodir por dentro rebenta em ondas salgadas...
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Dead parrot - monty python
C: 'Ello, Miss?
Owner: What do you mean "miss"?
C:
O: We're closin' for lunch.
C: Never mind that, my lad. I wish to complain about this parrot what I
purchased not half an hour ago from this very boutique.
O: Oh yes, the, uh, the Norwegian Blue...What's,uh...What's wrong with it?
C: I'll tell you what's wrong with it, my lad. 'E's dead, that's what's
wrong with it!
O: No, no, 'e's uh,...he's resting.
C: Look, matey, I know a dead parrot when I see one, and I'm looking
at one right now.
O: No no he's not dead, he's, he's restin'! Remarkable bird, the Norwegian
Blue, idn'it, ay? Beautiful plumage!
este sketch estava muito à frente do seu tempo...
sábado, fevereiro 18, 2006
Manias...
Respondendo ao desafio...
Não sei sequer se são manias ou se talvez alegrias de uma vida que transvasa, só sei que as trago comigo e olhando para o umbigo do trabalho até à casa..
1) gosto de ler.. talvez por isso leio sempre, e ao mesmo tempo varios livros de uma vez...a meio de um vou lendo outro.. por vezes confundo-os.
2) A mania das viagens... de conhecer, de experimentar, de viver... de evitar os percursos turisticos, de me meter por ruelas e nas festas à socapa.eheh
3) as vezes fecho os olhos, como se de um obturador se tratasse e fixo fotografias que guardo no album da memória.
4) de me levantar cedo e ir para o mar... e entrar sozinho nas ondas, eu e a prancha... lava-me os olhos e a alma
5) de escrever.. de dizer o que vai cá dentro, em cadernos e em folhas soltas.. e sobretudo de recordar, de guardar papeis que não servem para nada...
Não sei sequer se são manias ou se talvez alegrias de uma vida que transvasa, só sei que as trago comigo e olhando para o umbigo do trabalho até à casa..
Não sei sequer se são manias ou se talvez alegrias de uma vida que transvasa, só sei que as trago comigo e olhando para o umbigo do trabalho até à casa..
1) gosto de ler.. talvez por isso leio sempre, e ao mesmo tempo varios livros de uma vez...a meio de um vou lendo outro.. por vezes confundo-os.
2) A mania das viagens... de conhecer, de experimentar, de viver... de evitar os percursos turisticos, de me meter por ruelas e nas festas à socapa.eheh
3) as vezes fecho os olhos, como se de um obturador se tratasse e fixo fotografias que guardo no album da memória.
4) de me levantar cedo e ir para o mar... e entrar sozinho nas ondas, eu e a prancha... lava-me os olhos e a alma
5) de escrever.. de dizer o que vai cá dentro, em cadernos e em folhas soltas.. e sobretudo de recordar, de guardar papeis que não servem para nada...
Não sei sequer se são manias ou se talvez alegrias de uma vida que transvasa, só sei que as trago comigo e olhando para o umbigo do trabalho até à casa..
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Where is your mind?...
Menina bonita, menina frágil que corres com pressa, que voas ágil, de que corres tu? De que medos te escondes, em que aldeias em que montes? Em que pensas tu de rosto carregado, de olhos penetrantes, de corpo cansado. Vagueias sem destino, vais para todo o lado, procuras na vida o teu triste fado… e eu? Cansado.
Devolve-me os passos, o som da calçada, a alegria do riso… sim a gargalhada. O fundo de mim anseia por ti, entendes? Como posso viver e queixar-me entredentes.
Estamos os dois sentados à anos, nas mesmas cadeiras com os mesmos planos. Eu sentado a olhar e tu… sentada a viajar.
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Cantares
Fechou a porta devagar, deixou atrás de si um dia de números, de prazos… de preocupações. Enquanto descia as escadas folgou a gravata e sorriu ao segurança de serviço. Respirou fundo dentro do carro avançou decidido a fazer-se ao alcatrão. Ia experimentando ao longo do caminho uma calma e a descompressão do dia…
Por debaixo de uma árvore estacionou, saiu e cumprimentou os velhotes que o saudaram. Da bagageira retirou uma pequena mala, que levou consigo enquanto percorria a calçada gasta pelo tempo. Perto da igreja, encontrou uma pequena multidão, acenou e entrou numa velha adega. Retirou da mala uma muda de roupa…
Na penumbra da casa diluiu-se no meio dos outros e cantou…
Por debaixo de uma árvore estacionou, saiu e cumprimentou os velhotes que o saudaram. Da bagageira retirou uma pequena mala, que levou consigo enquanto percorria a calçada gasta pelo tempo. Perto da igreja, encontrou uma pequena multidão, acenou e entrou numa velha adega. Retirou da mala uma muda de roupa…
Na penumbra da casa diluiu-se no meio dos outros e cantou…
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Bailarico
O verdadeiro sentido da democracia está no bailarico, na festarola, no pézinho a arrastar para a dança. Ninguem é excluido... todos dançam com todos, as velhas dançam umas com as outras, os putos cantam e a malta bate palmas e os cães correm como loucos.
O sentimento português conhece no arraial popular a expressão mais genuína: Amanhã logo se vê, pá!! enquanto se assam as febras e se bebe um copo de tinto não há défices, nem dívidas, nem nada... há festa!!
... é por isto que eu gosto de ser português.
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Baaba Maal
Nasceu no Senegal, junto do rio com o mesmo nome. A religião muçulmana é predominante nesta região de Africa. É um país em vias de desenvolvimento…
Na música, ao contrário da política procura-se criar laços, raízes comuns… união.
Quem ultrapassa a barreira da mesquinhes, do egoísmo, quem não se fecha em fundamentalismos e radicalismos consegue perceber o conceito de humanidade e de palavras tão banais como fraternidade…
Escritas, cantadas… vividas
domingo, fevereiro 05, 2006
Entre a fama e a Glória..
Heitor Parafuso morreu a meio caminho entre a fama e a Glória. Eu passo a explicar. Heitor parafuso era trapezista, antes tinha trabalhado como bate-chapas nos arredores de Camarate. Heitor sonhava com o trapézio, aliás foi por isso que nunca saiu do 8º Ano, altura em que deu de caras com a geometria, foi amor à 1º vista. Depois de muitas voltas à vida acabou no circo... saltava do trapézio com 3 mortais encarpados e agarrava com os dentes o outro trapézio que voava à sua frente. O publico brindava-o com aplausos.
Heitor tinha um sonho. Saltar num trapézio no meio de Lisboa. Trapézio montado e o povo a ver... Heitor sobe à plataforma, aplausos, agradece. Salta destemido em Parafuso, 3 piruetas no ar. O publico eufórico. Rufos de tambor... prepara-se para o triplo salto mortal encarpado e aterrar com os dentes no trapézio que voava à sua frente.
Toma balanço... aí vai. Heitor a rodopiar no ar. Vê o trapézio a aproximar-se. Ouve-se um grito do publico... Heitor em queda livre. Heitor traz um pombo morto que abocanhou com toda a força no momento exacto em que este passava junto ao trapézio. Heitor morreu junto ao elevador da Glória...
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
"Cartas de Guerra"
"Nova evacuação ontem. Um soldado virou a bola no Mussuma queria pegar fogo a tudo. Um Eróstrato."
"A nova moda dos oficiais daqui é a bebida. A tensão é tão grande que se tem de libertar por qualquer lado. De modo que se bebe tudo quanto há em quantidades industriais."
" Lembras-te de te ter falado num cabo que dizia, a propósito de tudo, francatoriamente? Já não diz nada: pôs o pé numa mina anti-pessoal e deve ser amputado acima do joelho."
" O rapaz que fui socorrer à picada, morreu. A notícia chegou hoje laconicamente pelo rádio."
"...ontem sentado a esta mesma mesa, chorei um bocadinho...Sei lá porquê! Por tudo - acho."
...
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Segundo plano
No plano em que se sentava, deixou por momentos as coisas do mundo e desenhou no ar uma estrada para o futuro. Planeava sair, correr, viajar por recantos da Terra...encontar gentes e lugares. No fundo queria sair do plano em que está e passar para outro... outro plano.
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Severa
Voltando ao fado...
No balcão rasca do Sólidó, entre um copo de três servido pela trisavó do triste fadista a que faltavam sete dentes a começar pelos da frente, soltaste a raiva presente numa nota só...
Se te alcunhavam Severa, de entre todas a mais fera, não seria por acaso. O desgraçado de mão em riste pecou por atraso. Afagava demorado uma nalga saliente outrora firme hoje pendente...
E a Severa de pé e o povo à escuta, solta-se um grito filho da p*ta e puxa a navalha presa na liga e contam as velhas da Lisboa antiga que do desgraçado ficou uma orelha e o resto do corpo morreu na ribeira e no fim da noite uma alcoviteira ainda viu a Severa no tasco acabado cantando alegre... tudo isto é fado.
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